23 de abr. de 2010

Sentidos: Quando a Gente Sente?

Todos falam muito sobre os sentimentos, falam muito sobre tudo. Ontem mesmo estava dentro do ônibus indo para a faculdade e ouvi uma mulher dizer: "Ele nem sabe o que é o amor, não sabe amar... Por isso não volto com ele". Achei engraçado ouvir isso, e na hora ja me deu vontade de ir até lá conversar com ela, afinal, quem sabe o que é o amor?
Aquela coisa que quando se sente os sentidos mudam de lugar e ficamos mais abalados do que qualquer estrutura? Quem é o mais sábio, o maior historiador que ja achou a fórmula estrutural plana desse maravilhoso componente quimico?
Acredito que ninguém nunca vai saber o que é realmente o amor. Acredito que o amor é muito amável, muito pacífico. Para crescer qualquer tipo de amor em qualquer ambiente é necessário sementes de luz, de paz. Coisas que não temos mais. Ver um casal apaixonado ou amigos dizendo "eu te amo" me prendem a atenção porque muitas vezes o amor é só uma acomodação.
Amar vai muito além. E o que sentimos do pedaço do amor são sinais, apenas sinais. E aí, você vai me perguntar: "Sinais? Que sinais?" e eu vou te responder com toda a beleza e simplicidade possivel.
Sentimos o amor perto quando vem aquele frio na barriga quando escutamos "eu te amo" ao pé do ouvido. Sentimos o amor depois depois de 1 segundo que ele ou ela vai embora. Sentimos o amor quando não somos escolhas, e sim prestigiados por termos chances de mostrar pra alguém a nossa luz, a nossa alma. Sentimos o amor quando somos tratados como bebês aos 20 anos de idade: "Amor, você ja comeu hoje? Como foi o seu dia? Já tomou banho? Foi ao oculista?". Sentimos o amor quando lidamos com o ódio e conseguimos sair ilesos a essa mancha escura. Sentimos o amor quando decidimos não usar palavras como escudos, e sim como proteção, doçura e delicadeza. Sentimos o amor em um dia de chuva, quando tudo o que se sente é solidão, e aí, chega uma mensagem no celular: " Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro, e o pensamento lá em você...". Sentimos o amor quando abrem pra nós a porta do carro, quando preparam um simples jantar, quando recebemos um abraço de bom dia.
Sentem-se amados aqueles que sabem cultivar os sinais, por mais simples que sejam. Sentir-se amado é saber receber todo o amor e transforma-lo em sementes, vitórias e lembranças. Quantos já não tiveram todas essas dádivas? Quantos já receberam todos esses sinais e deixaram o amor correr?
Hoje eu tenho um amor. Eu sinto um amor. Adoro quando ele me beija, adoro o nosso jeito de fazer o nosso amor. Amo quando ele me chama de linda, o modo como beija meu corpo e faz eu ficar arrepiada por inteira. Amo amar o sorriso dele, seja em dias de sol, ou dias de chuva. Amo olhar de longe o jeito dele: camisa amassada, shorts largo, cabelo sem corte, jeito de andar. Amo todos os sinais em seu rosto, e o incrivel jeito que todos juntos formam uma simetria perfeita. Amo o jeito que ele cuida de mim, o jeito que me trata como um bebê e me mima. Amo quando ele faz tudo por mim, e até nas brigas eu o amor, por querer me ensinar e me transformar em algo melhor que eu já sou. *
Então, vamos combinar que todos os amores e sinais são amáveis. Talvez o amor esteja alí na esquina, ou ao seu lado: você só precisa se deixar sentir, observar cada sinal. E quando sentir que ele está por perto, agarre essas certezas e cuide delas do jeito mais magnifico que conseguir.
O amor? Será uma eterna raposa! Desista de entender o destino e as peças que ele nos arma: esteja pronto pra receber e conceber novas estradas.

* Dedicado a Felipe Costa. s2