26 de nov. de 2009

Sempre Existirá Amor Para Recomeçar...


Sempre que caímos de um lugar muito alto e batemos com mais força do que aguentamos, tudo parece impossivel de se recompor. Olhamos a nossa volta e tudo o que encontrados são sentimentos desfalecidos e em decomposição, esperando por uma varredura que os jogue no meio do nosso próprio lixão. Não sentimos vontade de recuperar nenhuma parte de nossa alma, não temos vontade de recuperar o ânimo, a felicidade e sedar as muitas feridas espalhadas em nosso corpo. Cada queda nos leva ao fim, o fim nos leva à morte, a morte nos leva a vagar por aí, apenas sobrevivendo, sem existir.
Existem aquelas quedas que os seus amigos ou pessoas próximas te ajudam a levantar e seguir em frente, por isso são tão fáceis de serem superadas: o peso é dividido e subtraído em duas costas. Quando as quedas são pessoas, a coisa é bem mais em baixo. Não temos forças para levantar nós mesmo na maioria das vezes, e a única pessoa que pode te recuperar é você. Por isso, quando caímos sozinhos, é necessário que tenhamos alguns acessórios de sobrevivência conosco.
Toda vez que você cair nos braços da solidão, da angústia e da dor da perda, lembre-se que o amor sempre vai sobreviver, e a sua luz vai resplandecer nos becos mais escuros do seu interior. Concordo que é difícil pensar em qualquer motivação quando se está por baixo. Reconheço que não enxergamos o amor quando tudo o que temos é ódio, muros de falsidade, sorrisos montados como vitrais congelados, amores perdidos, saudade da presença que a ausência insiste em te trazer todos os dias.
É necessário que choremos muito antes de enxergar o amor. É necessário deixar escorrer pelo corpo inteiro lágrimas que podem ser comparadas a fiados de vidro. É preciso isolar-se, sentir-se, suicidar-se mentalmente, procurar erros e acertos e, finalmente, aceitar.
Aceitar...
Aceitar que a vida nunca vai parar para suas lágrimas. Aceitar que as perdas serão mais constantes que os ganhos, aceitar que o sol sempre voltará a brilhar, por mais escura e cinza que esteja a nuvem em sua cabeça. Aceitar que nunca deixamos de ser felizes... O que deixamos é a nossa alma escorrer pelo ralo, junto com as dores grudadas no seu corpo em um dia frio, onde tudo o que se deseja é não existir.
Recomeçar a amar outra pessoa nunca é fácil. Livrar o seu coração para que outro alguém supra suas necessidades e construa uma vida com você é uma questão muito séria para se lidar. Mas, estar aberta para um novo começo, é ainda mais belo. Deixar para trás as mágoas, limpar as lágrimas e os últimos pedaços do antigo amor nos trás mais coragem. Afinal, somos apenas seres humanos que precisam seguir em frente.
Nunca se esqueça das lições que ensinou, nem deixe de regar as sementes que plantou. Mas siga, plante outras sementes... Muitos ainda precisam do seu amor, da sua ternura, do seu coração renovado. Amanheça todos os dias brilhando mais forte que a estrela mais bela das constelações. Grite para o mundo que você é forte o suficiente para sobreviver às loucuras da sua própria mente, e que não pensa em desistir tão fácil assim de achar o seu amor, o seu pedaço.
E, ainda que te chamem de paranóica, quem procura, quem chora, quem sofre e tenta todos os dias, sem medo da dor, está sempre um passo adiante daqueles que preferem noites de amor, e não dias de complexidade afetiva adormecida no sangue de suas veias.
Acredite no amor, lute por sua sobrevivência, ainda que pareça estar morrendo!


"Minha doce canção, faz muito tempo desde que você apareceu por aqui. Já que o velho amor acabou e, desde então, eu superei. Pensei que estivesse livre de você com certeza...Oh minha doce canção, seu som já não é mais tão doce. Não cante para mim, pois machuca ouvir a melodia que já foi tão boa para mim antes. Oh minha doce canção, seu som já não é mais tão doce. Você disse que o amor era para sempre e, me disse que o amor jamais quebraria meu coração. Eu acreditei em você conforme me apaixonava... Acabou, esqueça, você é apenas uma canção que eu conhecia e sua fantasia não funciona para mim: vá e escolha um outro alguém. Minha doce canção, acho que estou presa a você. E, algum dia, encontrarei o amor pelo qual procuro... E então, minha doce, doce canção não soará mais tão triste. Minha doce, doce canção, acho que serei sempre sua..."

Toby Lightman- My Sweet Song*

22 de nov. de 2009

É Só Um Jogo Pra Você?


"Game Over" dizem aqueles que perdem o jogo, mesmo querendo ganhar. Fim de jogo, final do jogo... Você perdeu, e isso é irreversível. Está certo, você pode começar outra rodada quantas vezes forem necessárias, mas nunca estará com a mesma empolgação que estava na primeira rodada de cartas. Jogos cansam qualquer ser humano, principalmente aqueles que não ficam viciados e bitolados com a magia de algumas cartas.
Na primeira vez que você vê aquele jogo, fica incrivelmente encantado: além de ser divertido, as peças chamam a sua atenção e você tem no primero momento uma imensa vontade de jogar e experimentar. Depois da primeira partida (você ganha com alguma sorte do destino), tem vontade de ter esse jogo, porque percebeu que ele não é só um passa tempo e acaba pegando gosto pelas cartas mágicas, principalmentes aquelas com um coração. Você começa a jogar todos os dias: quando está distante, pensa em chegar em casa e jogar para poder relaxar um pouco. Quer apresentar as suas cartas mágicas para a família, amigos e todas as pessoas que estiverem dispostas a receber algum tipo de magia. Estranhamente, para todas as outras pessoas, eram apenas cartas... Mas, para você, são cartas cheias de brilho e com gotas de surrealismo.
Você não liga para o que dizem de você. Quer continuar brincando e a cada dia leva mais a sério essa brincadeira. Tudo passa a ter sentido quando você olha para as cartas, e a vida fica mais simpática ao tirar meia hora do dia para apenas observar aquelas belezinhas.
Você começa, então, a parar de fazer suas coisas: deixa de lado sua casa, sua família, suas oportunidades e até outros jogos que passam por você. Deixa de lado algumas belezas da vida, deixa de sorrir algumas vezes por momentos perdidos, mas continua investindo seu tempo nas cartas. Todos começam a reclamar de você: querem que você volte a sua vida normal, volte a viver e expor seus sorriros sinceros a todos nas ruas, você rejeita. Então você decide entrar em um campeonato das cartas: 3 melhores jogadores são selecionados. Nas primeiras partidas, você ganha, pois dá muito valor as cartas e a sorte passa a ficar ao seu lado. As outras partidas começam a ficar complicadas: você começa a perder, começa e ver que outros jogos também podiam te fazer feliz, começa a entender que viver a mesma coisa por meses chega a ser um prisão. Aquilo acaba te desconcentrando, e você começa a se sentir sozinha, mesmo com uma mínima iluminação que as cartas ainda te exalam.
Ainda assim, continua investindo no erro: joga até perder o último centavo, até ficar com olheiras e então, uma lágrima reversa de magia, caí sobre a mesa. Não tem mais cartas para comprar, o brilho apagou e a maioria das cartas estavam gastas. Você ouve de longe: GAME OVER.
Depois de bolar mil planos para recuperar algumas cartas, depois de tentar grudá-las com cola Prit e Durex, nada deu certo. Você se conforma e decide, com muita dificuldade, procurar outra coisa que ocupe seus pensamentos... No começo dói: você sente falta de reviver aquela magia e sentir o frisson, mas nada faz voltar, como se todos os seus cuidados com as preciosas cartas não tivessem valido de nada. Depois você começa a se conformar... Não por fraqueza, mas porque está cansada de tanto sofrer e criar e recriar métodos para fazer a simples magia voltar a fazer milagres.

"Essas violentas alegrias têm fim também violento, falecendo no triunfo, como a pólvora e o fogo, que num beijo se consomem. O mel mais delicioso é repugnante por sua própria delícia, confundindo com seu sabor o paladar mais ávido. Tem, pois, moderação, que o vagaroso, como o pressado, atrasam-se do pouso."
Romeu e Julieta, Ato II, Cena IV*


p.s: Reverta a história, e coloque-se no lugar de quem investiu nas cartas e perdeu o jogo.

15 de nov. de 2009

Dia de Solidão


Dizem que a solidão é ter mil pessoas ao seu redor, e mesmo assim sentir-se sozinho, solitário. Hoje acordei procurando motivos pra mim mesma. Acordei procurando razões para continuar, razões para levantar da minha cama e ter algo em mente que me faça continuar caminhando, sem me importar com a direção. E foi difícil encontrar qualquer gota de vida que me fizesse escapar da solidão e dos meus sentidos falecidos.
Olhei ao meu redor e vi que tinha tudo o que precisava: Minha família, meus poucos e bons amigos, minhas coisas materias, minha vida montada. Tudo o que eu precisava estava alí, na minha frente e eu simplesmente não queria mais fazer parte da minha própria vida. Uma vontade de fugir do mundo tomou conta de mim, o senso de justiça transformou-se em vontade de chorar e me rasgar dos pés a cabeça.
Descobri que a solidão tinha acabado de me tampar os olhos e soprar sua música melancólica e envolvente em meus ouvidos. E ela não parava de cantar.
Decidi levantar e procurar tarefas que fizessem meus pennsamentos cessarem. Falhei. Nada me fazia parar de sentir esse vazio, esse burado perfurado com ganchos pontiagudos em meu peito. Solidão deveria dar cadeia, deveria ser amarrada e jogada no buraco mais profundo e escuro, e não pudesse atormentar mais nenhuma alma.
Infelizmente isso não acontece. Hoje nenhuma palavra de esperança e amor passou por mim. Um tufão arrastou meu coração e deixou apenas algumas gotas de sangue, indicando o caminho de volta...sem volta. Não pergunte pra mim as razões, não pergunte o porque, não queira saber porque uma pessoa tão nova e cercada de laços felizes pode sentir-se tão solitária. Eu também não encontrei respostas, e nem quero encontra-lás. Não quero ser poupada dessa agonia, não quero despedir-me dessa música e nem deixar correr lágrimas de alívio.
Talvez eu queria só me achar nessa solidão. Bolar e reinventar meu novo personagem sorridente para exibir a menina sem problemas, a fortona, a corajosa. E agora que uma lágrima ousou escorrer, eu ja a sequei e contei para ela que seja poupada para sentimentos que valham a pena. Minha solidão não vale a pena, minha dor não merece o primeiro lugar no pódio de dores e lamentos. Minha dor merece ser respeitada até mesmo pela minha lágrima.
Esse é mais um dia solitário da minha vida, e eu estou feliz por ter conseguido sobreviver a ele.

9 de nov. de 2009

Não Existe Nada Sem a Despedida


Vamos falar um pouco sobre a separação. Não que eu saiba muito sobre o assunto, ou que eu seja alguma expert formada em psicologia e queira repassar meus conceitos para todos. Vou falar de ser humano para ser humano, já que não sou nada além de mais um em um milhão.
O ser humano não gosta de falar sobre a separação. Falar em despedida é um rótulo para muitos, despedida é a bruxa escondida em nosso armário sujo. E, como todo ser humano, também tenho muito medo.
Talvez, despedir-se de qualquer coisa na vida seja uma das tarefas mais complicadas. Parar de usar drogas (mesmo sendo uma droga...), é muito dificil. Largar vicios, manias, costumes... tudo requer coragem, determinação e um pouco de amor-próprio. O problema é como encontrar cada parte desses complementos e como formar um fragmento só. Talvez você comece a ler esse texto achando que vai encontrar respostas, mas não vai. A vida é o não saber, e sempre será assim. O que podemos fazer, é tentar juntar alguns pensamentos para recorrer na hora do socorro.
Separar-se de alguma coisa trás lágrima, dor, sofrimento, desencanto e solidão. Temos vontade de estar em Júpiter, Marte, ou qualquer outro lugar onde a palavra "separar" não sofra uma ação. E quando nos separamos do que mais amamos, tudo escorre em forma de lágrima por nossos olhos, tudo escorre como pedaços de sonhos em forma líquida, tudo jorra como espinhos... E sabe o que é pior? Os espinhos que jogamos nos outros, voltam para nós. A dor de ir embora só quem vivenvia pode contar. Qual foi a sua despedida mais dolorosa? Tenho certeza que ainda se lembra dela e, com certeza, ainda pensa o que pode ter dado errado para ele(a) ir embora.
Sempre pensamos como podemos ser melhores, como podemos evitar as despedidas e ficar agarrados em tudo o que amamos. E o que sempre erramos é que nunca podemos ter tudo o que queremos pra sempre ao nosso lado. O sempre pode durar uma vida ou uma fração de segundos. O pra sempre foi aquele suspiro delicioso que fez você se apaixonar em uma tarde chuvosa com seu cabelo armado e bagunçado.
A despedida não é de todo ruim.
Vão achar que sou maluca, mas a despedida trás coisas e pessoas de volta. Ao despedir-se você deixa muitas marcas, sejam boas ou ruins, mas deixa. Despedir é encerrar um ciclo, é encerrar você mesmo, é cerrar ao meio seu coração e pregá-lo em algum lugar para que um outro alguém passe e ache você mais adiante para grudar o outro pedaço.
Despedir é começar, despedir é uma chance, despedir é saudade, despedir é falta e, principalmente, paciência e auto-controle.
É necessário cruzar os dedos, ocupar a cabeça, segurar empulsos, segurar a vontade e as lágrimas que estranhamente não se cansam de sair dos seus olhos. É necessário dizer a sí mesmo que a despedida também trás novos encontros, novos amores e pudores. A despedida trás principalmente a verdade. Se amamos alguém de verdade, pensa em ficar longe dela... é desesperador! Agora, levante as mãos e dê graças a Deus se você tem alguém maravilhoso ao seu lado... Agora, pense naqueles que choram por não ter mais o cheiro de quem se ama no travesseiro... não ter o simples olhar, não ter o gosto do beijo, não ter a despedida. Não ter nada, a não ser o amor adormecido e um pouco de esperança.
Valorize cada segundo das novas pessoas que chegam em sua vida. Valorize a risada, o cheiro, os detalhes e até mesmo os defeitos. Quando se dá "Adeus", até as manias chatas fazem falta. Valorize o corpo, a cor dos olhos. Grave o gosto, grave os sinais.
Alguma dica para quem precisa se despedir? Nenhuma. Todos os dias eu tenho que me despedir de algo, e eu também tenho medo da perda. Mas, nunca podemos nos esquecer: Tudo o que é nosso realmente, em nossas mãos há de vir. Acredite na volta, acredite no utópico, acredite no tempo. Creia que um ciclo começa assim que você encerra o outro.

"Depois da chegada vem a partida porque não há nada sem a separação."

Fraqueza


É engraçado como me sinto incrivelmente fraca e cheia de absurdos da compaixão em alguns dias. É bizarro e triste olhar-me no espelho e ver uma figurinha da mesmice pregada em cada músculo do meu corpo. É ignorante o jeito que eu mesma me trato, o jeito que deixo as pessoas me tratarem e simplesmente continuo amando-as, sem receber nada em troca.
Já diziam os sábios da vida: Ame sem receber nada em troca, ame o próximo como a ti mesmo. Tudo sai como um monte de palavras vomitadas com cheiro de azedo em cima da minha cabeça, tudo passa por minha garganta como um sapo com espinhos e eu não admito mais.
Já se sentiu presa em você mesmo? Já sentiu como se você fosse o seu maior problema? Acredito que quando chegamos a esse ponto, é hora de mudar.
Grande coisa o amor, grande coisa lutar pelo bem, pela paz. Grande coisa. Grande coisa passar a lutar pelo bem desde o primeiro dia de sua existência sendo que ao seu redor só se passam tiros de desprezo atravessando os vitrais mais brilhantes da sua alma. IGNORÂNCIA.
Passamos por ela sem ao menos perceber que está grudada em nossos restos. Para ser sincera, começamos a copiar das pessoas aquilos que mais odiamos, que mais abominamos. Não deveria ser ao contrário? Não deveriamos sair por aí com cartazes escritos: "Ame o seu próximo?"
De que vale ser tão sincero de cada passo que damos é necessario usarmos a mentira e os aborrecimentos para nos proteger? Cada passo que damos é composto por no mínimo 50% de mentira.
Reflita comigo, leitor. Sua vida é uma mentira! Gostou? É, também não fiquei feliz ao me tocar que grande parte de mim é composto por fraquezas.
Não é ruim tem compaixão, não é ruim lutar pelo amor ou por tudo o que você quiser ter. O problema é quando as pessoas começam a passar por sua boa vontade e atropelam os restinhos dos seus cacos. Aí o buraco fica bem mais em baixo. Só percebemos a queda quando sentimos a pancada em nossas cabeças e o sangue escorrendo... Aí olhamos para o lado e não tem um infeliz com um celular com crédito, ou uma mão amiga para dizer: Ei, vamos adiante!
A questão é: Enquando não arrancarmos nossas fraquezas e os menores problemas por quais passamos nos abalar, nunca teremos uma vida. Teremos sim uma vida cheia de marcas abertas com um rio de ácido pingando e furando cada ferida. Enquando não aprendermos a colocar crédito em nossos celulares emocionais e aprendermos a nos levantar, ninguém vai parar para te ajudar.
"Mais fulano disse que vai me amar sempre..." Aham, quantos já te disseram isso e você caiu na mesma ladainha? Vamos combinar... Amigo que é amigo come meio quilo de sal com você sem pedir àgua. Parceiro da gente somos nós mesmos. Parceiro é a solidão que sentimos, a dor da perda, a vontade de chorar e gritar, o nó doído na garganta, as noites que parecem não passar nunca... Essas sim são nossas parceiras, nossas companheiras de aprendizagem e o nosso trampolim do fundo do posso.
Todos vão chorar, todos vão perder, todos vão errar, todos podem levantar. Tudo pode acontecer com você a qualquer momento: coisas boas acontecem com gente ruim, coisas ruins acontecem com pessoas boas e vice-versa. Agora é tarefa da sua cabeçinha saber o que fazer com essas pequenas dádivas ou gosto amargo de derrota. Levantar e começar todos podem fazer a qualquer instante... O que falta mais é coragem e amor próprio.
Agora fica a pergunta... Você se ama de verdade? Ou amou tanto o outro que não sabe mais onde está você? Chegou a hora de sermos um pouco mais narcisistas.