22 de dez. de 2009

Por Favor, Não Pare a Chuva...

Todos os dias escuto pessoas implorando para que a chuva pare. Escuto as vozes clamando pelo sol, escuto vozes chorando e gritanto baixinho, implorando para que a chuva de mágoas e erros pare de aparecer em cima de suas cabeças.
Escuto rumores exaltos que discutem a razão da vida e de seus caminhos. Rumores remoídos como um fumo amargo que é mascado de um lado para o outro da boca, e aquilo simplesmente não pode ser cuspido, como uma massa que gruda e não pode ser arrancada. E mesmo que cuspamos, aquele gosto amargo sempre será remoído, mexido e doído.
Fazemos prece para que nossas dores sejam levadas, para que nossos braços se livrem dos pesos. Procuramos a vida inteira alguém que possa nos ajudar a compartilhar isso e, na verdade, passamos a vida inteira procurando por algo que nunca vai chegar. Pois bem, a nossa ajuda nunca irá chegar.
Somos a nossa própria ajuda, somos a nossa própria força. Temos em nosso interior forças que nos puxam para baixo e para cima e somos dessas que desfrutamos. Quando o nosso céu escuresse e simplesmente não entendemos o porque da chuva cair tão gelada e doída em cima de nossas costas largas, somos afogados por ondas congelantes.
Eu ja pedi muito para que chuva alguma atrapalhasse os meus caminhos. Já clamei para todos os querubins para não ter que passar por dores terriveis e quase insuportáveis para um ser humano. Tive que lidar com a dor da perda, com a dor da derrota, com o gosto amargo do fumo escorrendo pelas laterais da boca. E hoje eu não quero mais que essa chuve pare.
Não quero que essa chuve deixe de cair nunca em minha vida. Toda vez que sinto suas gotas pesadas caindo em minhas costas, lembro-me das forças que mantive armazenadas em minha alma nos temporais anteriores, e consigo encara-lás com mais vontade e determinação.
Acredito que tudo o que nos acontece, tem uma razão lógica e no momento da dor, nunca vamos perceber essa lógica. A questão é que a lógica nunca é tão lógica, e a razão, nunca tem tanta razão assim. Então, porque eu vou levar tudo tão a sério? Porque eu vou atrapalhar minhas noites com lágrimas grossas? Porque eu vou implorar para que as chuvas se transformem em gotas invisiveis e nunca aprender nada com as gotas pesadas? Porque eu vou continuar a insistir em erros do passado que eu insisto em repitir no meu futuro?
Esconderei todos os danos que foram feitos pela chuva, até parar de doer e cicatrizar totalmente. Sempre que levamos um tapa na cara, ficamos mais forte para receber outro, e outro. Quantas vezes sejam necessárias. Ficar forte para encarar a vida é questão de tempo, aprendizagem e muitas lágrimas.
E eu posso garantir a vocês, caros leitores: Dói demais seguir em frente na vida. Dói querer ficar junto a algo mais ter que ir embora. Dói a dor, dói ser esmagado no pescoço com os pés dos nossos erros cheios de fios de cobre descascados, como arames com fiapos de vidro. Mas eu também posso garantir: No final, vale a pena. No final todos descobrem que vale a pena toda a dor, vale sonhar os nossos sonhos impossiveis. Vale a pena cada lágrima de dor, cada passo em falso, cada queda.
E o que me faz ter tanta fé, o que me faz acreditar em algo que eu não sei se virá, ou em qualquer palavra de esperança é que amanhã é outro dia... Amanhã o sol vai voltar a brilhar, a terra não vai parar, e nada vai parar para que eu me refaça.
Aprenda a se refazer, isso vai formar seu carater e suas virtudes ficaram mais fortes.


" A vida tem razões não muito racionais que desconhecemos. A vida nos pisa, nos enfraquece, nos leva até o topo e em um sopro nos derruba. Desistir? Hoje eu quero soprar a vida, escalar as montanhas, criar vinculos comigo mesma, com a minha criança esquecida dentro de mim. Hoje eu quero paz, hoje eu quero enfrentar. E eu sei, sei que um dia tudo o que eu choro hoje, vai ser recompensado. Sei do que sou capaz, sei do que eu posso e não posso. E eu sei que POSSO SIM, POSSO SER FELIZ!"

*

13 de dez. de 2009

p.s...

Estava assistindo p.s. eu te amo ontem a noite e, pra quem já assistiu, sabe que não tem como não se encantar com o Gerry e seu impactante amor por Holly. Me chama atenção uma das últimas cenas do filme, quando a Holly vai conversar com a mãe dela:

Holly: Quando o papai foi embora, eu tinha 14 anos e disse: Já chega, nunca mais nenhum homem! E aí, conheci o Gerry... Esse homem maravilhoso me aparece, e então ele morre! De que adianta?
Patricia: Eu sei, querida.
Holly: Estou tão brava que poderia matar alguém! Estou sozinha, e não importa qual é o meu trabalho, o que eu faço ou o que não faço ou quais são os meus amigos. Ele não está aqui, eu não estou aqui. Cada um de nós está sozinho.
Patricia: É verdade.
Holly: Não vim até aqui para você me dar uma droga de resposta sincera! Porque não pode mentir pra mim uma vez?!
Patricia: Sinto muito, querida.
Holly: Não consigo respirar, não consigo respirar!

Quantas vezes nós não desejamos que alguém minta só para que nós possamos nos sentir bem? Quantas vezes caímos no colo de alguém com uma crise arrebatadora de choro e imploramos para esta pessoa arrancar toda a dor e mentir bem perto do seu ouvido, como uma pequena presse e faça toda a dor sumir?
Como Holly disse, todos estamos sozinhos.
É incrivel como as pessoas são descartáveis umas para as outras. É incrivel como não encontramos mais nenhum Gerry por aí. Só encontramos alguns caras legais, que querem saber o tamanho do seu sutian e da sua cintura. Então, do que adianta? Algumas perguntas realmente não tem resposta...
Talvez eu não tenha palavra alguma pra explicar também o minimo que estou sentindo agora. E talvez nem queira compartilhar com alguém minha dor... afinal, de que me importa? Do que importa a minha dor para alguém? Essa resposta eu sei, e nem preciso escrever aqui.
Me peguei mais uma noite acordada chorando por causa de terriveis pesadelos, fantasmas, promessas sufocantes, espera sem volta. Mais uma vez chorei até não conseguir respirar, até quase sufocar... As lágrimas não são mais salgadas, parecem pingos de ácido perfurando minha face. As lágrimas não aliviam mais, porque a cada segundo, mais mil litros escorrem e nada muda, e você não percebe.
Então, do que adianta continuar escrevendo? Do que adianta esperar promessas serem realizadas? Do que adianta esperar a noite toda por algum sinal? Do que adianta?
Lá vem o sol de novo, e eu estou aqui, sem você. E por mais dificil que seja, por mais cortante que possa parecer... É hora de ir.
Dói porque acho que esse é o ultimo texto pra você, não porque eu não queira mais escrever, e sim porque não há mais nada que eu possa falar. Não há possibilidades, então pra que insistir? Saudade sufocada, viver a ausência, revirar promessas, refazer tarefas... Um dia pode funcionar. E para ser sincera mesmo, eu descobri porque insistimos em uma coisa sem lógica, e eu vou te contar meu pequeno segredo: Depois de beijá-lo, não haverá mais nada igual em minha vida. E eu só faço isso, ou aposto nisso quando eu acho que algo pode se tornar realidade. Quando eu era mais nova, era muito fácil sentir isso e me desfazer desse sentimento... Mas sabe-se quando algo será único em uma vida inteira. É como beijar a alma: Você sente o arrepio no coração, como se todas as veias pulsassem e só corresse o doce aroma da pele da pessoa que se ama. Então, obrigada por beijar minha alma, e sentir todos os tipos de sabores que ela podia oferecer: tanto o amargo, como o doce.
Sempre que se sentir triste e inseguro, sentir que vai perder toda a sua fé, olhe para você mesmo como eu te olhava. Obrigada por ter sido parte de mim, e não só da minha vida. Não tenho que me lamentar, eu até tenho sorte. Você foi uma vida em um ano, eu fui um capítulo. Vire a página, e continue lendo sua história. E pra finalizar, deixo um conselho pra você: Não tenha medo de se apaixonar NUNCA. Fique atento aos sinais, e quando encontrar algo que te falte o ar, agarre e não a deixe partir.

p.s. Eu sempre te amarei.