17 de jun. de 2010

Foram Apenas Sentimentos Obtusos

Essa semana só tive sonhos ruins. Não teve um dia em que eu não acordasse suada e lágrimas no canto do olho e o canto da fronha encharcado.
Em um desses sonhos os seus olhos verdes escuros voltaram a me atormentar. Senti um frio na espinha ao reconhecer a sua voz vindo em minha direção, tentei acordar e escapar do seu sorriso, não consegui. Foi um momento breve, creio que 20 segundos que mais pareceram 5 horas; 5 horas de agonia.
Há tempos não escrevia sobre meu passado. Com tantas bençãos que me apareceram esse ano, esqueci brevemente de coisas que me fizeram sofrer. Não acredito que você ainda sinta algo, não reconheço verdade em nossas ultimas conversas, não sei mais o que você faz, aonde você está, quem é você.
A questão é que hoje não passam de sentimentos não penetrantes. Não sinto mais aquela vontade louca de correr pro teu abraço, a vontade de chorar no seu colo e sentir seu perfume em minha pele. Não tenho mais desejo por seus beijos, saudade dos teus braços enlaçados no meu pescoço. Afinal, se você não se importa mais, porque eu deveria?
A vida sempre será assim. Por um ano, 1 segundo, ou té mesmo 30 anos, as pessoas sempre vão embora, sempre deixam buracos. E, pra quem sentiu de verdade, pra quem ficou, a única coisa que restou foi o adeus, as marcas que você me deixou o medo que me causou de tentar novos sentimentos. Ainda bem que eu sei quem eu sou, aprendi a lidar comigo mesma e não desisti tão fácil de reconquistar as coisas que você levou de mim.
As vezes sinto-me como uma pista, e você foi somente o avião: pousou para um conserto, uma breve vistoria e, quando tudo estava pronto, fechou suas portas e decolou. Então, eu fiquei. Fiquei com as marcas de pneu na pista, as manchas de óleo que não queriam sair com chuva nenhuma. Por um tempo eu desisti de tudo, de viver.
Que absurdo! De novo você me atormentou.
Mal sabia que eu encontraria uma razão para o meu sorriso, para a minha vida. O que me completa, me penetra o coração com palavras reconfortantes e carinhos que até os deuses desconhecem.
E, sinceramente, não sei porque ainda tento dizer "oi", saber se está bem, se está feliz. Como mais uma promessa, eu prometo não te procurar, não te incomodar e até fazer você me odiar (como você disse que preferia). Então, se a história que você queria tivesse um final assim, conseguiu.
Fique com as cores, os sabores, as histórias e os momentos. Guardarei os meus comigo, o amor reiventado, os cheiros dilacerados e a graça derretida. Não espere mais por meus sinais, por minha volta. Se o destino quiser, ele que nos encontre.
Caros leitores, as vezes precisamos colocar um certo fim em muitas das nossas histórias. Tenho certeza que todos nós tivemos momentos que foram maravilhosos, mas tudo na vida passa, literalmente tudo. Então, já sabendo disso, pra que promessas? Pra que guardar rancor? Ódio? Escuridão? Sabemos que fatalmente algo termina, fatalmente as nossas vidas são divididas. Trágico? Realidade? Eu não sei. Eu sei que enquanto eu viver, guardarei comigo cada amargo, cada doce, salgado e azedo que a vida me trouxe. Levarei debaixo das minhas asas os cheiros para que quando eu bater as minhas asas, algo me lembre aqueles que me deixaram.
E em relação ao meu futuro, ou ao meu presente: É isso que eu tenho agora. É isso que eu espero sempre ter. Quero continuar com o namorado maravilhoso que a vida me proporcionou, o homem que me faz acreditar que sou linda, que sou desejada, que posso voar pra onde eu quiser. O homem que me pede em casamento todos os dias, o homem que me quer pelo simples fato das nossas almas terem se escolhido (isso é tarefa para raros). Quero seguir minha vida com o meu sonho de um dia ser uma excelente fisioterapeuta, ajudar até aqueles que não querem ser ajudados e transformar esse mundo em mais sim do que não.
Talvez amanhã tudo mude, tudo se transforme. MAS, HOJE, eu sei. Eu sei o que eu quero ir, com quem eu quero seguir. Deus abençõe minha caminhada e a caminhada de todos que lerem isso.
Vivam suas vidas de forma que nunca percam a estribeira e reconheçam o seu valor. Não se esqueçam de renascer todos os dias, como pequenos pontos de luz e de vida, que planejam brilhar até que o eclipse final amedronte as nossas almas.

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