Durante esses dias pude me sentir em casa sem estar em casa. Andei por um longo tempo em uma estrada escura, sem saber se tinha volta. Acho que nem sabia se queria realmente voltar.
Umas das melhores sensações que senti foi ao chegar o mais perto possível das cataratas. Um lugar chamado "a garganta do diabo", no qual você fica praticamente acima das cataratas na parte mais forte das águas. Me senti absurdamente pequena e sem força. Olhei para aquela imensidão e conforme meu coração ia batendo mais forte, sentia a chuva escorrendo por meu corpo lavando e carregando todo o resto de magoa e dor que ainda existiam em mim sobre acontecimentos passados. Pude abrir minha mente e meu coração para perceber a minha pequenez diante da vida e diante de tantas coisas que estava sendo tola e infantil. Tantos problemas tão maiores do que os meus, tantas coisas tão grandes e eu ali, remoendo e sofrendo e perdendo tempo com coisas que não me acrescentavam em nada.
Voltei pra minha casa, pra minha alma e pro que eu sempre fui. Me senti eu mesma de novo, com força e garra o suficiente para lutar e vencer os maiores obstáculos que surgirem.
Me senti livre novamente para amar de novo, para sonhar e fazer planos junto a quem estou. Perdoei a mim mesma por meus erros infantis e prometi tentar ser melhor pra mim.
Estou voltando pra casa pra fazer de um jeito que nunca fiz. Sem promessas pro ano que vem, sem mandingas ou cores para dar sorte quando der meia noite. Dessa vez serei eu, minha garra e minha vontade de fazer diferente. Porque fazer promessas e não cumprir já deu pra mim. Porque muita gente falando pra eu ter calma que as coisas chegam até a mim já me deu no saco também.
É simples: quer realizar, corra atras. Não tem folha louro, oferenda pra Iemanjá ou cueca colorida que resolva. Se tem um sonho, corra atras e ponto final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário