23 de jul. de 2013

A Barba e os Sentidos



Toco tua boca e todo o formato dela. De olhos fechados e somente com a ponta dos meus dedos consigo visualizar todo o formato dos seus lábios inferiores carnudos e o ar quente de suas narinas chegando perto de minha no boca. Somente com os dedos consigo desenhar a boca que desejo, a boca que me deixa embriagada.
Aos poucos sinto teus pelos encostando em meu pescoço, minha orelha. Fazem cócegas, arrepiam, brincam encantados com minha pele. Minhas mãos entrelaçam seus cabelos cacheados e bagunçados, te puxo para perto de mim de um jeito doce e ao mesmo tempo demonstrando desejo. Mordem-se os lábios, a língua. Sinto o gosto do café em sua boca, gosto que poderia sentir a cada manha para despertar. Fico embriagada com seus beijos, seu corpo, tua barba entrelaçando meus dedos.
A cada segundo a respiração aumenta, as mordidas são doces leves. Torna-se uma só boca, uma só saliva, um só corpo. E por um segundo ou por longas horas o mundo lá fora perde completamente a importância. Se estou ali, com você, nada precisa mais existir. 
Voce faz graça, roça a barba entre minhas coxas, meus seios. A pele branca fica vermelha, quente, torna-se uma chama desejo acendida pelo carinho de uma barba. Roupas no chão, coração aberto, frio que pede abraço em baixo das cobertas. Cada parte do teu corpo cobre a minha então eu descubro que não preciso de mais nada além da tua pele. O cheiro de pele, o cheiro que me deixa enlouquecida.
A noite passa assim. Você de um lado me desejando, eu aqui sonhando. Meras palavras trocadas, jogadas ao vento, desejo preso no peito e um só pensamento: eu te desejo.

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