3 de ago. de 2009

Reprimida por meus medos infantis

Já ficou paralisado de tanto medo? Já sentiu arrepio sem estar frio? Lágrimas já escorreram do seu rosto sem você perceber, talvez por estar tão acostumado com elas que já nem sente mais? Já tentou ser outra pessoa só para agradar o mundo inteiro? Eu já. E me arrependo de ter me deixado tanto em segundo plano, de ter me esquecido e continuado com meu personagem em uma caminhada cheia de desafios e contradições. Me coloquei sentada bem no alto de uma pedra e desci com uma bonequinha para viver minha vida infame... E agora, eu tento subir para me reencontrar, e tudo o que eu encontro são caminhos totalmente perdidos, caminhos que eu não sei onde vão chegar. Eu não sei se tenho forças pra escalar essa pedra. Ou talvez queria ser esquecida em baixo.
Hoje eu só queria sumir. Alguns minutos de mim comigo mesma para ao menos tentar me achar. Me achar no meu íntimo, no meu silêncio, na minha escuridão, no meu rio de lágrimas sufocadoras. Daria tudo por uma varinha mágica só por hoje.
Sinto angústia, sinto saudade, sinto melâncolia, sinto raiva, sinto dor... Não me sinto. Não sinto mais a pureza do meu sorriso, não sinto o verdadeiro eu, não sinto mais as pancadas da vida. E talvez se eu as sentisse, aprenderia e me levantaria mais rápido. Mas tudo fica como um joguinho de pancadas na cabeça. 50 pontos a cabeça, 20 pontos a barriga, 30 pontos as pernas. E o que fazer quando todas essas partes são atingidas e nada sobrar? O que fazer quando a vontade é dormir e nunca mais acordar? O que fazer quando não temos mais forças para lutar por aquilo que mais amamos?
Estou torcendo para levar um empurrão, e não um sopro. Um empurrão, ao menos de bota pra frente, te força a andar... Um sopro é tão sensivél, mas tão ferroz. Um sopro apaga uma chama, chama que pode ser do amor, da vida, da saúde, da paz. Um sopro. Um sopro da vida que nos formou, também nos destrói.
E apesar de estar me sentindo um caco, um nada... Decidi não ter pena de mim e escalar meus montes pessoais. Escalar as montanhas e os vales, atravessar os mares a nado, e mesmo que canse, vou nadar até onde for necessário, até onde minha forças forem totalmente tomadas.
A muralha caiu, eu cai e tudo caiu mais uma vez. Todos os dias temos uma muralha nova para quebrar ou reconstruir. Amores precisam ser relembrados, laços familiares que precisam se refazer, amizades perdidas com o tempo... Todas as pessoas do mundo tem de enfrentar suas muralhas. Todos temos o nosso demônio interior que por diversas vezes não nos pemite seguir...
Qual é o seu demônio interior? Ele não te deixa seguir? Talvez seja hora e soprar uma chama e juntar lenha para reascender outra.
"Sua voz expulsou toda a sanidade que havia em mim."

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